sábado, 27 de novembro de 2010

A ALMA DA COZINHA

No canal GNT aqui no Brasil, temos um verdeiro "rodízio" de programas de TV sobre cozinha, gastronomia, culinária, receitas, gestão de restaurantes, reality shows de chefs (parece a profissão-glamour do momento) e por aí vai. Se ficares um sábado vendo TV você vai precisar de um tele-supermercado ou de um tele-farmácia. Tem comida para todos os gostos, italiana, tailandesa, chinesa, americana (a Nigela parece aquela mulher do antigo canal 2 aqui de Porto Alegre...cozinha fácil, industrializada e mega calórica...argh!).

Eu mesma tenho lá minhas receitinhas prediletas que faço por que gosto e me dá um prazer enorme.

Ao contrário daquelas pessoas que fazem da sua casa e sua cozinha uma passarela de vaidades e apetrechos sofisticados, eu prefiro um bom forno à lenha, uma boa conversa, um vinho em um copo qualquer, um mangericão de uma pequena horta, manteiga feita da nata qualhada e batida, um papo sobre ser feliz e um clima se afeto, amizade e prazer.
Acho que a vida urbana tem lá suas maravilhas de leite moça e a era do alimento geneticamente modificado parece ter vindo para ficar.


Restaurantes badalados, chefs estrelas, sabores incriveis e combinações exóticas. Roupas e perfumes adequados para acompanhar e um punhado de dólares para bancar tudo isso. Vejo as pessoas criando adjetivos pretenciosos e superlativos para qualificar um pedaço de pão ou um bife mal passado.
Ando com uma certa desconfiança desse povo que acha a Veuve Cliquot o espumante tipo básico pra uma pessoa " de sucesso" e a consome como forma de status e poder e não por sua história (que é um encanto!), por seu sabor ou por prazer.

O filme (e o livro) COMER, REZAR, AMAR fala exatamente de valores simples, elementares, essenciais. Coisas que perdemos pelo caminho da vida.
A personagem de Julia Roberts decide tirar esse peso de cima de si mesma e parte pra uma aventura muito mais endógina do que geográfica. Tudo é legal, mas a parte que mais achei bacana é quando ela decide ir comer uma pizza na Itália. Comer é parte da vida da gente e comer com sabedoria, escolhendo alimentos frescos e coloridos podem trazer prazer, alegria e um considerável aumento na auto-estima de qualquer mortal.

Acho que a Julia do filme e o Jamie, o Oliver, nos fazem sentir aquela sensação de paz e de pertença. Felizes são os italianos que cozinham com alegria e paixão. Felizes são os franceses e seus baguetes fresquinhos e crocantes colocados de baixo do braço, sem papel.  A vida, na verdade é simples. E, às vezes, tirar o sapato de grife e aquela calça  m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a pode ser revigorante. Colocar um havaianas e um abrigo velho são mais significativos do que as embalagens nas quais nos colocamos.

Por isso, seprarei pra vocês um vídeo educativo de um prato que eu amo e pode-se fazer apenas com um punhado de farinha, azeite, sal, água, fermento, tomates, mangericão, queijo e uma boa companhia.



Bem, sábado é dia de guloseimas e bons papos. Aproveite o final de semana!
bj, clica  na imagem e me segue!

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